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11 de agosto de 2011

Lonely

E mais um dia passou.
Mais um dia gastado na escola aprendendo coisas que provavelmente não irei usar no futuro. E aprendendo também, na marra, a lei da sobrevivência em grupo.
Viver em uma sociedade não é fácil. Pensar em poder se esconder em uma caverna no meio do mato, sem encarar os outros, sem ser julgado e machucado ou até sem fazer isso à terceiros. Lá nada iria incomodar mais do que as pegadinhas que o tempo lhe pregaria. Mas até quando viver isolado é a resposta?
Opção, nesse caso, é difícil.
Você pode até tê-la no começo, mas somos seres humanos, não máquinas. Nós sentimos. E em algum lugar no meio desses sentimentos às vezes aparece um vazio. Aquela sensação de estar sozinho em uma sala lotada, onde o eco está em seu coração e você o ouve em todo o seu ser: Sozinho. Sozinho. Sozinho.
E como eu disse, nem sempre você está realmente só. Mas laços fracos de amizade não te levam para a frente tão fácil. São um apoio, sim, mas o melhor é quando tem aquela mão lá na frente para o puxar e ajudar ou aquela voz chata no seu ouvindo o mandando continuar a cada minuto.
E quando você quer desistir? Devia ter alguém lá para dizer que isso não é o certo.
Mas... De um momento para o outro tudo isso se tornou tão... Surreal.
Cada dia é um passo incerto, estou tentada em jogar tudo para o alto ou apenas tentar levar.
Estou sozinha em uma sala lotada. Vendo cada um com o seu grupo, falando o quanto for necessário enquanto eu conto silenciosamente os segundos do relógio para fugir. Encontrar meu refúgio, minha casa.
Eu queria poder apagar essa opção. Deletá-la como um arquivo de computador. Arrancá-la como uma página de um caderno. Fazê-la desaparecer, de uma vez por todas, de minha vida.
E agora, como consequência de tudo o que aconteceu, eu estou aqui. Lidando, querendo consertar, às vezes pensando até em desistir, mas por que dar essa satisfação aos outros?
A sociedade não merece sentir o prazer em conseguir me derrubar.

Maddie.

2 de agosto de 2011

Escolhas, medo e um pedido

Minha mente está confusa.
A cada segundo que se passa, a mesma pergunta continua presa em meus pensamentos: Eu fiz a escolha certa?
Eu queria poder ter a resposta agora, mas eu sei que ela só vai vir com o tempo. Embora eu tenha medo que esse tempo seja muito longo ou que ele me diga o que eu mais temo: Não, você não fez a escolha certa. Fez a errada.
Mas, independente das minhas escolhas, eu não sei se eu estaria muito diferente de como estou agora. Eu tentei achar o que se parecia melhor para mim entre as opções. Se eu fiz a escolha mais radical? Sim. Se eu deveria ter enfrentado de frente e sofrido as consequências? Talvez. Se eu queria ter fugido ou achado um meio fácil e rápido de acabar com tudo isso? Sim. Sim. Sim. Mas e o medo?
Ah, o medo.
Nós deveríamos enfrentá-lo, mas nem sempre parece a opção correta a se tomar. É claro que eu não quero me tornar uma medrosa, temendo a tudo e a todos, mas saber conviver e aceitar aquilo que eu realmente não consigo e tentar achar uma outra saída.
Mas... Eu só sinto medo.
Medo de não ser aceita. Medo de perder as pessoas. Medo de fazê-las sofrerem. Medo de sofrer mais. Medo de ficar sozinha. Medo de ter feito a escolha errada.
Eu estou assustada. Ah como eu queria ser uma criancinha com nada a mais que um arranhão no braço e correr para os braços da minha mãe, com ela me acalmando e repetindo que vai dar tudo bem.
Mas se eu digo que estou assutada e quero chorar, eu não recebo nenhuma resposta assim.
Eu não quero que me digam que eu sou forte e não sou a idiota que eu alego ser, eu quero alguém que me abrace, fique junto comigo, lutando comigo e sim, me dizendo que vai dar tudo bem. Por mais fraco que isso possa parecer, até que é um ato corajoso.
Eu estou pedindo ajuda, e quantos não sofrem sozinhos?
Porém, esse SOCORRO escrito em minha testa não vai se curar de uma hora para outra. Posso pagar quantos médicos eu quiser, mas se eu continuar assim, sozinha, não vejo até quando eu vou aguentar. E por mais que eu tente, não consigo sair da estaca zero.
O que eu mais queria agora era poder correr para o braço das minhas amigas, sem pensar em mais, sem ter preocupações da escola ou de casa. E chorar. Chorar muito. Mais do que eu já choro todos os dias. Até que tudo, enfim, se resolva.
Infelizmente, nem tudo é assim tão fácil.
Alguém me salve.
Maddie.